Toda sexta é assim: sempre alguma questão que martelou toda minha semana, vem perturbar meu juízo. A problemática da vez bateu na minha porta, identificando-se como “síndrome”. O conjunto de sintomas que definem uma determinada patologia? Isso mesmo. Porém, ela é bem peculiar e comportamental. Condiz ao excessivo culto ao “cult”.
Agora ser culto virou doença?
Tudo exagerado te faz perder o juízo. Principalmente quando esse “exagero” não é factual, mas apenas uma tendência. O grupo seleto “cult” querem ser admiradores dos filmes vanguardistas-experimentais-setentistas do Godard e amantes da literatura introspectiva-niilista-pós-modernista de Clarice Lispector, afinal, para ser um cult, você precisa ter conteúdo cult.
Os sinais dessa psicose refletem principalmente nas redes sociais. Curtir bandas que ninguém teve acesso a discografia, comprar livros de alto nível intelectual para se sentir o “Garcia Marquez”, twittar frases melancólicas, tirar foto do ingresso do Cinema da Fundação ou realizar check in na Casa do Cachorro Preto. Tudo para ser distinto de uma realidade considerada de uma sociedade alienada.
O engraçado é que mesmo rejeitando essa massividade, os membros desta tendência têm confrontando o que tanto rebatem: estão virando produtos consumíveis por puro modismo.
A moral da história...
Saia dessa vida. O importante é você sentir que realmente curte aquela banda das antigas, ou aquele livro que te encantou nas prateleiras da Livraria Cultura. Não há nada melhor que sentir-se verdadeiro naquilo que expõe.
De Elis a Anitta... Não seja cult, seja você.