Rock in Rio é apenas o nome do evento?
Saiba mais sobre a origem e entenda sua colocação
Os
defensores do Rock in Rio se posicionam em suas redes sociais para esbravejar
sua insatisfação com os comentários dos outros internautas criticando a essência
perdida do evento. O trunfo é dizer que a
palavra "Rock" significa “balançar e rolar” e consequentemente seria possível agregá-la
a uma forma generalizada que abrangesse todos os outros estilos. O problema é
que essa definição está inserida fora do contexto histórico.
Embrião da
cultura negra por sua estrutura rítmica com ramificações do blues e seus
derivados e na música branca principalmente no jazz e country, o rock surge
como uma mistura explosiva. O significado dessa expressão usada pelos negros
americanos em suas músicas quando se referiam ao ato sexual foi de onde se
originou o termo que conhecemos e o define como gênero consolidado em suas
guitarras elétricas.
A colocação
errônea em categorizar o gênero como uma bandeja de oferecimentos dos demais
estilos faz com que sua história seja descosturada a ponto de deixar
desintegrar-se. Assim, é a maneira abordada nas edições recentes do festival
Rock in Rio.
Na primeira
edição Ney Matogrosso apresentou-se, mas a inocência de quem tem essa opinião é
não saber que na época o cantor fazia parte da banda “Secos e Molhados” na
década de 70, que por sua vez tinha uma pegada de rock progressivo. Alceu
Valença que combina elementos de música folclórica e rock também foi chamado
para o festival.
Se for analisar
a “dedo” a programação do festival na década de 80 é perceptível uma real identificação dos nomes artísticos com o que o evento se estabelecia.
Afinal, o projeto só deu ponta pé inicial depois do espetáculo que as bandas KISS e Van Halen realizaram no estádio do Maracanã levando 250 mil pessoas ao delírio. Então, o empresário Roberto Medina teve a ideia de organizar um festival em que o rock predominasse repercutindo com nomes de peso como: AC/DC, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Queen, Scorpions, Whitesnake e Yes. Além de atrações nacionais como: Alceu Valença, Barão Vermelho, Blitz, Eduardo Dusek, Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Ivan Lins, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, Lulu Santos, Moraes Moreira, Ney Matogrosso, Os Paralamas do Sucesso, Pepeu Gomes & Baby Consuelo e Rita Lee.
Afinal, o projeto só deu ponta pé inicial depois do espetáculo que as bandas KISS e Van Halen realizaram no estádio do Maracanã levando 250 mil pessoas ao delírio. Então, o empresário Roberto Medina teve a ideia de organizar um festival em que o rock predominasse repercutindo com nomes de peso como: AC/DC, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Queen, Scorpions, Whitesnake e Yes. Além de atrações nacionais como: Alceu Valença, Barão Vermelho, Blitz, Eduardo Dusek, Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Ivan Lins, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, Lulu Santos, Moraes Moreira, Ney Matogrosso, Os Paralamas do Sucesso, Pepeu Gomes & Baby Consuelo e Rita Lee.
Um divisor de
águas ao longo da história do Rock in Rio transpareceu no imenso intervalo
entre a segunda e terceira edição. O público brasileiro já não era tão
carente.
Grandes
festivais e grandes turnês passaram pelo país, levando os apreciadores da
música em geral aos gritos. Entre 1994 e 1998, o festival inglês Monsters of
Rock teve quatro edições brasileiras. Bandas do calibre de Alice Cooper, Dream
Theater e Slayer aterrisaram em solos nacionais deram verdadeiras aulas de como
se faz um concerto de rock. O já conhecido Hollywood Rock deu o ar de sua graça
por cinco anos consecutivos, entre 1992 e 1996. Em uma destas edições, após
anos de espera, finalmente os Rolling Stones tocaram para o público brasileiro.
Ainda como atrações do Hollywood Rock,
passaram por aqui bandas como Nirvana, Smashing Pumpkins, Aerosmith e a dupla
Jimmy Page & Robert Plant. Por esse motivo que na terceira temporada surgiram
outros espaços, voltados a apresentações segmentadas por estilos, como música
eletrônica, música africana e música pop.
Anos se
passaram e a identidade se perdeu com o tempo sendo alcançada por uma marca de caráter
comercial. Não era mais determinante a
seleção das bandas pelo gênero musical, mas sim por sua popularidade e
repercussão. O rock já não estava tendo audiência para ultrapassar as músicas
populares, então o que restou foi escantea-lo. O fato é que para esses outros
estilos, o espaço de propagação é atuante com mais facilidade. O que se
entende, é que falta essa inserção do rock na mídia. A nova geração não pode
perder o contato com dinossauros que marcaram um dos estilos mais revolucionários
e gritantes do enredo da música.
disse tudo, texto muito bem elaborado com informações fidedignas :D
ResponderExcluirsabe quando leio um texto e sei que ali teve uma pesquisa, que a pessoa escreveu em estado de amor com o que faz, pronto, esse é um exemplo desse texto, história pura, eventos que nem sabia que existiu , enfim, esse sonho já virou realidade faz tempo.
ResponderExcluirabraços.
www.oquefaltou.com
Eu achei sua opinião certa, desde o inicio a programação era ser Rock... Mas a questão da origem ao nome é a desculpa para todos introduzirem os outros estilos musicais.. E se tornou algo comercial mesmo! As bandas que representam o Rock, Heavy Metal nacional que em outros países tem um grande reconhecimento.
ResponderExcluirEu concordo com varias coisas que você citou!
Abraços!
@hellarise
Eu também penso como você, não muda nada. Fico indignada que bandas de peso na cena do Rock, Heavy Metal, que tem aqui no Brasil não é valorizado colocam no palco sunset! Bandas que fora do país é bem reconhecidas!
ResponderExcluirTudo se tornou comercial, todos só querem aqui que está na moda... Isso é uma pena, mas no Brasil é assim!
@_hellarise
Achei o texto super interessante, mas acho que como o evento é no Brasil tenho que comentar que se deve mostrar um pouco do nosso ritmo, que se fez presente na apresentação da Ivete.
ResponderExcluirInteressante o texto e vale uma reflexão sim. Concordo que a essência não deve ser perdida, onde o ROCK tem o seu maior espaço, bem como as bandas de fora.
ResponderExcluirA questão é que as atrações atuais que desmistificam um pouco a grade do trivial que era mais predominante, essa, agrada uma maioria que nem ao menos existia, que são bandas brasileiras que merecem o espaço dado nesse evento, desse porte.
Concordo com a "Amigas" acima, Ivete Sangalo arrasou na apresentação, e quem acompanha a carreira dela, como eu, sabe que ela super merece! Acredito que temos sim, artistas com mega potenciais e devem ser mostrados ao mundo através dessa maravilhosa vitrine que o RIR representa!
Bjos
http://thaiscavalcantemodaebeleza.blogspot.com.br/
Sou um pouco eclético, mas penso que show de rock, só tem que tocar rock, desculpa essa é minha opinião bjos
ResponderExcluirDemorei, mas cheguei! ;) Obrigada pelo convite!
ResponderExcluir"Anos se passaram e a identidade se perdeu com o tempo sendo alcançada por uma marca de caráter comercial. Não era mais determinante a seleção das bandas pelo gênero musical, mas sim por sua popularidade e repercussão. O rock já não estava tendo audiência para ultrapassar as músicas populares, então o que restou foi escantea-lo. [...] O que se entende, é que falta essa inserção do rock na mídia. A nova geração não pode perder o contato com dinossauros que marcaram um dos estilos mais revolucionários e gritantes do enredo da música." Aqui você retrata bem o cenário atual do rock. Se formos observar a quantidade de pessoas ("roqueiros") presentes nos dias em que, efetivamente, rolou rock e pesado, perceberemos que o rock não morreu e que ele não precisa da mídia para "propagá-lo", ele existe por si só, e por isso mesmo vende. Não é preciso apelo, não é preciso propaganda; quem curte rock é fiel seguidor (mesmo gostando de outros ritmos), e sabe bem onde encontrá-lo.
Sim, o Rock in Rio perdeu seu propósito ao emprestar seu nome à bandinhas do momento, ao apelo popular generalista. Claro que é importante mostrar novos sons, inovar; no entanto, deveria manter-se como evento de rock e assim promover mix com outros estilos, como por exemplo o Sepultura faz, mistura heavy metal com percussão...
Há muita banda, inclusive no Brasil, de rock e dos bons. O Rock in Rio seria um excelente evento para dar-lhes espaço...
Bom, é só a minha humilde opinião. Não entendo nada de música, mas gosto de dar pitacos. Afinal, o que faz bem aos ouvidos, faz bem pra cabeça e deve ser compartilhado! ;)